Escola Municipal Almerinda Costa
Data: 29/04/2015
Por Tayane Lopes
Temos tido dias
difíceis.
Recebi no caminho
para a escola o e-mail do professor Ednaldo com a notícia do falecimento do
aluno Adriano no deslizamento de terra por conta das chuvas da segunda-feira,
dia 27 e fiquei abalada demais. Não dá! Desse jeito que está, não dá mais para
ficar. O povo está abandonado e muito pouco ou nada se faz. Pensar que estas
tragédias ocorrem pelo descaso dos nossos governantes é de doer. Dói muito. (Suspiros)
Quando cheguei na
sala de aula, senti que o ar condicionado tinha sido consertado. Que bom! Sem ele,
perdemos muito a concentração. O calor é de rachar.
O 1º e 2º ano estavam reunidos. Radiantes. O professor Marcus vem trabalhando em
todas as turmas as músicas Peixe vivo (em Libras), Lady Laura, Amor I love you e
Mamãe me faz um cafuné. As três últimas serão apresentadas no dia das mães.
Cantamos também
a música Sapo Cururu e como eu não sabia a letra, a criançada resolveu me
ensinar a cantar. Pedi que cantassem bem baixinho para eu poder aprender e
depois cantamos juntos.
Tivemos um
momento muito interessante com esta turma. O professor me passou o violão para
afiná-lo com o afinador do celular e todos ficaram bem curiosos com aquele “procedimento”. rs
Peguei o gancho.
Perguntei: “Alguém aqui sabe como se chamam as cordas do violão?” Alguns
arriscaram, mas a maioria permaneceu em silêncio. Comecei a falar cada corda e pedia
para repetirem. Não precisei de 5 minutos. Repeti três vezes e todos já tinham
aprendido.
Logo depois veio
o 3º ano e o grupo 4. O terceiro ano tem poucos alunos. Já gravei o nome
de todo mundo, facilita a comunicação. Com eles, trabalhamos além das músicas já mencionadas, o rap que nosso querido Danilo (Escola Municipal do Uruguai) criou. Diz assim:
"Vamos lá, vamos ver
Todo mundo aprender
Vamos lá, ‘vamo’ ouvir
Todo mundo repetir
Dó Ré - - - > Dó Ré
Dó Mi - - - > Dó Mi
Dó Sol - - - > Dó Sol
Sol Fá Mi Ré Dó"
O burburinho das cordas do violão se espalhou pela
escola e o 4º ano chegou na sala dizendo que queria aprender também. O
professor concordou, mas informou que essa atividade seria feita no final da aula.
Passamos as músicas da apresentação e eles por já
lerem, acompanham a letra impressa. Fiquei atenta a isso e sempre perguntava onde estava
a música e poucos sabiam responder exatamente o lugar no texto. Complicado...
Ninguém esqueceu da promessa e fomos para as cordas
do violão. Um sucesso! Saíram contentíssimos com o novo aprendizado.
Tivemos um dia produtivo. Eu, particularmente estava
meio triste, inclusive o professor Marcus percebeu isso e sensivelmente me
deixou várias mensagens durante o dia de perseverança. Obrigada, professor!
Finalizo com uma delas:
"O mundo pode ser melhor
Depende de mim
Depende de você
Depende de todos, basta acreditar
Depende de mim
Depende de você
Depende de todos, é só amar"
Cheirinho de educadora surgindo no ar.
ResponderExcluirMuito lindo!
Ser educador é enfrentar desafios a cada encontro, e tenho certeza q enfrentara os seus com sabedoria.
Mesmo sensibilizada você conseguiu lidar bem com as emoções e fazer um ótimo trabalho na sala. Ser solidária é isso, Tay, é sentir a dor do outro...
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