Escola Padre José Anchieta
Data: 22/04/2015
Por Caíque Veloso de Oliveira
Cadê o meu anel?
Olá Pibidianos, a nossa aula de música na Escola Padre José
de Anchieta foi muito legal, e vou descrever um pouco da nossa aula só pra
vocês perceberem como foi prazeroso e enriquecedor o nosso encontro de hoje.
Perdi o meu anel no buraco da parede
Quem achou me dê de volta
Meu anel de pedra verde
É de frente pra frente
Com o primeiro ano já começamos aprendendo essa canção ai
acima e foi maravilhoso quando chegamos à parte dos movimentos corporais, pois
quando comecei a cantar, também solicitei que todos andassem para a direita e
depois para a esquerda. Como a própria canção já de diz que “é de frente pra
frente” e “é de trás pra trás”, nem perdemos tempo, pois cantamos fraco e bem
forte, cantamos na velocidade de uma tartaruga e na velocidade da luz, e nem
cansamos tanto assim. Em seguida todos sentaram no chão, e ai eu perguntei:
quem se lembra das notas musicais? Eu, eu, eu, eu, eu, eu... E onde é que mora o danado do dó? Ah, ele
mora é no pé, então, vamos lá!
Ensinei outra canção para eles cuja letra é assim:
Eu já sei solfejar
Dó, ré, mi, fá, sol, sol, sol
E também sei cantar
Dó, mi, sol, sol, dó
Ré, ré, ré, ré, ré, mi, fá
Mi, mi, mi, mi, mi, fá, sol
Eu já sei solfejar
Dó, mi, sol, sol, dó.
Relembramos uma canção que a bolsista Marisa havia ensinado
a turma, a professora Isabela levou uns instrumentos indígenas (Maracás) e brincamos
de distinguir a altura e emparelhá-los numa sequência que ia do agudo ao grave.
Em seguida, a professora colocou uma canção cuja letra retratava as mais variadas
tribos indígenas e nós apreciamos, identificamos os instrumentos musicais e todos
os alunos exploraram os Maracás numa apreciação ativa.
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| A professora tocando o maracá |
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| Os maracás |
Com o 4º ano começamos apreciando uma canção maravilhosa do Gilberto Gil chamada “Sarará miolo” do disco Realce, e como eu tinha copiado a letra no quadro, fizemos uma análise textual de seu conteúdo. Quando começamos a discutir a letra da canção, percebi que alguns não sabiam o significado das palavras “Sarará e crioulo”, expliquei dizendo a origem da primeira palavra e dando exemplos do nosso dia-a-dia quando a gente descreve uma pessoa: “é aquele fulano sarará” ou “é fulano de tal meio sararazinho”, e para o crioulo, falei da minha própria cor e perguntei depois: quantos crioulos têm aqui? E muitos levantaram as mãos. Eu disse que tinha orgulho de ser negro e de ter o cabelo duro, como diz a própria letra da canção: “cabelo duro é preciso, que é pra ser você crioulo”.
Nesse momento também perguntei se eles tinham orgulho da própria cor, cabelo e raça e todos me responderam bem forte dizendo: sim, eu tenho. Alguns soltavam piadinhas sobre o cabelo duro, e ai eu decidi perguntar qual o problema de ter cabelo duro? Falando da visão do autor sobre essa “Ditadura do cabelo liso” que ele chama de “doença de branco”.
Terminamos nossa
discussão e em seguida, solicitei que os alunos ficassem de pé para executarmos
uma célula rítmica utilizando pés e palmas, proposta por Lorena que está
fazendo estágio na escola. Falei um pouco do disco Realce para os alunos, pois
nele se encontra a canção que aprendemos hoje e recitei algumas palavras do
mestre Gil falando sobre o que era o disco para ele e todos prestaram bastante
atenção.
Fizemos a célula rítmica
cantando a canção do Gil e foi muito bacana, pois tentamos até encaixá-la num
ijexá, aproveitando que os alunos já tinha vivenciado o mesmo no ano passado.
No 5º ano, damos a mesma aula e uma aluna falou que há brancos que tem nojo da gente por que somos negros, e por isso, ela tinha nojo de brancos também, mas eu expliquei a ela que não devemos ter nojo de ninguém, temos de aceitar a diversidade cultural, nenhuma raça é superior à outra, todos nós somos iguais, apesar de nós sermos diferentes em termos de raça, subjetividades, costumes, tradições, mas somos todos seres humanos.
No 5º ano, damos a mesma aula e uma aluna falou que há brancos que tem nojo da gente por que somos negros, e por isso, ela tinha nojo de brancos também, mas eu expliquei a ela que não devemos ter nojo de ninguém, temos de aceitar a diversidade cultural, nenhuma raça é superior à outra, todos nós somos iguais, apesar de nós sermos diferentes em termos de raça, subjetividades, costumes, tradições, mas somos todos seres humanos.



Muito bom ver nossos eixos acontecendo na prática, Caíque! Seus relatos são sempre uma delícia de se ler!
ResponderExcluirObrigado professora!
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