Centro César Borges
09/06/2015
Ainoã Cruz
Cheguei Ao CCB junto com alguns alunos e a porta da sala de música ainda estava trancada, comecei a conversar com os meninos enquanto esperávamos o professor chegar. Após 15 min. liguei para o professor Laécio e fiquei sabendo que por conta de seu aniversário, ele teria direito a uma folga e eu ficaria responsável pela aula. Perguntei á prof. Rita (de dança) onde poderia pegar a chave da sala, ela informou que podia pegar tranquilamente no armário. Fui toda feliz pegar a tal chave, quando fui surpreendida por uma repreensão de um dos porteiros/ seguranças, que disse que só os professores poderiam ter acesso ao armário de chaves e que eu precisava ir á direção pedir para alguém fazer isso. O vice diretor pediu para uma das funcionárias pegar a chave para mim. A moça me olhou e perguntou: "Vocês vão ficar com quem na sala?" Expliquei que eu ficaria no lugar do professor... Ela me olhou meio desconfiada, pegou a chave e abriu a porta da sala p mim, explicou como funcionava a fechadura e foi embora levando a chave (os funcionários de lá sempre acham que também sou aluna).
Começamos a aula, expliquei que o professor não iria e a turma ficaria por minha conta. Combinamos que seria melhor estudar a canção que o professor havia deixado no quadro com letra e cifra - Xote da Alegria , e se desse tempo, faríamos outra atividade. A turma estava cheia e alguns um pouco dispersos. Fiquei preocupada de não conseguir realizar a aula. Os adolescentes são um desafio para mim. Uma diferença de idade pequena e alunos muito mais altos que eu as vezes me deixam temerosa quanto á atividade que posso trabalhar. Passamos a letra e os acordes mas o tom estava baixo e as meninas não conseguiam cantar. Aproveitei e expliquei como se faz a transposição, em dez minutos falei um pouco e pedi que os alunos escrevessem os acordes na nova tonalidade. Cantamos e tocamos a música e ainda sobrou um tempo da aula. conversamos sobre qual atividade eles gostariam de fazer.
Foram várias atividades: Em roda, cada um falou seu nome com um ritmo corporal e os outros imitaram; eu fazia um ritmo e eles tinham que imitar; tocamos algo de samba-reggae e ijexá;
falamos sobre cultura Afro, Filhos de Gandy, macumba, preconceito...
A aula terminou e continuamos conversando no intervalo. Foi tudo muito leve e divertido, apesar de alguém falar "Êh, a macumba!" todos aceitaram fazer os ritmos, logo alguns pegaram os instrumentos percussivos e chegamos á conclusão que independente das convicções religiosas, a música é universal e dela só podemos tirar coisas boas.
Que bom, Ainão ! Amadurecemos bastante nesses momentos e ficamos mais próximos dos alunos.
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