Escola Almerinda Costa
Bolsista: Jonatan Silva de Oliveira
Data: 01 de Julho de 2015
No dia 1 de Junho, mês dos festejos mais encantadores do
nordestes, no meu ver, fui amar na Almerinda Costa.
Chegando eu e o professor Marcos conversamos um pouco sobre
uma proposta, parece que de Danilo, de dançar, brincar ciranda com as crianças,
além dos trabalhos para a apresentação de São João.
Logo quando as crianças da primeira turma, 5 ano, foram
chegando fui percebendo que muita gente estava faltando, e algumas pessoas decisivas
no comportamento geral, isso se repetiu nas outras turmas.
Nós iniciamos a fazer os alongamentos, iniciamos a falar
sobre a ciranda, o professor Marcos, como sempre atencioso, me abriu espaço
para que eu pudesse expressar meus sabres de brincadeira de roda, momento em
que pude mostrar até como se dança ciranda. Aprendemos a cantar e tocar com
sons do corpo a música Ciranda da Rosa Vermelha.
Após essa atividade ensaiamos as músicas que serão
apresentadas no São João da escola, cada turma tem a(s) sua(s) própria(s)
música(s). Para que essa atividade acontecesse ainda dividimos a turma em percussão
e canto, diante da limitação na quantidade de instrumentos, sendo assim um
grupo aprendia a tocar triangulo enquanto o outro ensaiava o canto, depois
trocavam as funções. Foi um momento muito importante porque só reforçou a
beleza que eu enxergava na turma considerada a mais agitada da aula, a galera
mandou muito bem na percussão e no canto, a participação foi geral, e pequenas
brincadeiras fizeram parte da aula, não percebendo-se mais essas pequenas
brincadeiras como grãos causadores de avalanches, mas como grãos de areia
macios. A turma recebeu a notícia que apresentariam no final da aula para uma
professora da escola o que haviam ensaiando, o que causou maior dedicação da
turma e na hora da apresentação foi uma lindeza só, fizeram tudo muito bem.
Essa ação foi resultado de uma observação de Danilo ao, por um acaso, fazer
isso com Marcos na Escola do Uruguai e obter o mesmo resultado da Almerinda.
Na segunda turma, 4º ano, continuamos com a proposta da
primeira turma, mas nessa turma senti um peso maior no andamento do trabalho.
Essa turma tem uma questão que são muitas meninas muito entrosadas que amam
conversar e brincar, foi a turma que eu intitulei na minha primeira experiência
na Almerinda como a turma do clima de fofurísse, e realmente é, as meninas se
abraçam muito, falam muitas palavras bonitas durante a aula, são muito
expressivas, sensíveis, mas conversam e brincam que é uma beleza, não que
brincar e conversar não possa fazer parte, pode e deve, mas a ponto de não
conseguirem prestar atenção na aula aí já complica. Nessa aula, ao contrario da
última em que estive presente, a garotinha que causou maior fuzué não foi a
mesma, a da última aula estava bem quietinha, participativa, atenta, quem
realmente causou foi uma coleguinha dela mais outra menina que é até tranquila,
mas nesse dia, parece que porque estavam abusando demais com apelidos, ela
devolveu com uma discussão das boas na sala de aula, a ponto de eu tentar ir
resolver, chamando a atenção delas e elas nem me ouviam, até que tive que fazer
algo extremo, tive que falar mais alto que todo mundo e ficar bravo, sem perder
o estribilho, para assim obter a atenção das mesmas, o que surtou efeito, elas
pararam pra me ouvir, pediram desculpa uma pra outra e ficaram quietas. O mais
legal disso é que a aula fluiu normalmente, eu voltei a ficar “bonzinho” e elas
voltaram a sorrir, brincar de forma a interagir mais na aula. No final ainda
recebi um abraço. Nesse momento de tensão o professor Marcos esteve ali comigo
muito atento, não tirando a minha fala e somando com palavras fundamentais para
que a relação fique sempre harmoniosa.
As dinâmicas dessa turma foram bem tranquilas, pude até
verificar algumas pessoas que possuem uma maior facilidade com ritmo e outras,
muitas vezes as mesmas, com o canto. Essa é a turma do maior coro, todas cantam
e se expressam lindamente cantando. Na ciranda elas começaram a ter mais
dificuldade com os toques do corpo.
Essa ação que tive de falar mais alto e ficar bravo naquele
momento não foi porque realmente eu estava bravo, cansado, esgotado, mas foi
uma reflexo de uma conversa que eu, Tay e Bira tivemos enquanto fazíamos o
trabalho de uma disciplina da faculdade, onde nos percebemos com o mesmo
problema, como lidar em momentos extremos, cada um de nós contou um pouco da
sua experiência em sala e chegamos a alguns denominadores comuns que me
impulsionaram a ter essa atitude. Eu amei mesmo essa conversa, acho que até
poderia ser conversar de reuniões gerais, a questão de contarmos experiência em
momentos extremos que demandem rápidas
ações que não sejam prejudiciais ao educando. Obrigado Tay e Bira, brilhamos
nessa!
Na Outra turma, 3º ano, a turma não tinha presente nem a
menina que falei bastante no último diário e nem o menino que agiu com
desrespeito com ela. A turma estava um pouco mais calma, mas ainda assim foi
difícil ter a atenção. Fui percebendo que enquanto diminuíamos o número da
turma, talvez naturalmente, a dificuldade rítmica ia aumentando. Nessa turma
foi muito difícil fazer os toques da ciranda, a turma não conseguia acompanhar
direito. Ensaiamos a música do São João e sem muitas dificuldades finalizamos a
aula.
Confirmei que quando chega na terceira turma eu já estou
muito cansado, assim a hora da merenda é uma santa hora para respirar, relaxar
um pouco e compartilhar experiência com o professor Marcos.
A última turma entrou, o G5 e 1º ano. Vieram acompanhados de
duas professoras que normalmente acompanha-os. A ciranda já não obteve sucesso
nessa turma no sentido de execução, mas na apreciação foi tranquilo. Como essa
é a turma das(os) pequenininhas (os) tive o cuidado de fazer uma pequena
alteração no ritmo tocado no triangulo pra facilitar. Foi muito bom o ensaio
nessa turma, pude até confirmar a muito boa percepção e execução de uma
garotinha que eu já havia observado em duas outras aulas, cheguei a fazer
elogio na sala de aula, o que as professoras confirmaram dizendo que ela
realmente tem muita facilidade. No final da aula essa menininha me deu um
abraço gostoso que me deixou tão mais feliz. Que bom!
Por fim, esse acabou sendo o dia mais tranquilo que tive até
então na Almerinda, as coisas caminharam muito bem, os ensaios foram muito bons,
existiram poucas ocorrências de grandes agitações. Pude aprender muito enquanto passava o pouco
que sei, também recendo o pouco que as crianças sabem, o que é muito importante
para mim.
Axé!
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