Escola Municipal Parque São Cristóvão
Data: 12 de Junho de 2017
Aluno bolsista: Jonatan Silva de Oliveira
Supervisor bolsista: Gilson Meireles
Turmas: 4º e 5º ano B
No dia 12 de Junho de 2017 fui pra mais um dia de aula na
escola Parque São Cristóvão. Tenho que lembrar sempre a importância que é poder
almoçar na escola no espaço do refeitório. Nesse espaço pude socializar com as
crianças bastante, além de observar o comportamento das mesmas. Diante disso,
por ter almoçado em uma mesa que fica em frente a porta do banheiro masculino e
feminino, pude observar que o banheiro masculino só ficava vazio na frente do
espelho e os meninos brincavam bastante pelo pátio, trocavam figurinhas,
estudavam, mas quando olho o banheiro feminino, a parte do espelho lotado de
meninas, principalmente as do 5º ano, que penteavam o cabelo, passavam gloss ou
batom nos lábios, lápis de olho, pó facial, entre outros produtos de maquiagem,
enquanto no pátio praticamente não tinha meninas brincando, a não ser algumas
de séries abaixo do 4º ano. Isso me deixou bem reflexivo. Durante todo dia
observei com maior atenção o comportamento das meninas, percebi, por exemplo
que na sala de aula a maioria adora brincar, mas em determinado momento param e
se resguardam, resolvi perguntar pra algumas delas o porquê disso e as
respostas foram a que estavam começando a suar e borrar a maquiagem. Já vi
muitas pessoas falando que meninas amadurecem mais rápido do que meninos. Mas isso
é natural? Não seria uma imposição social, ou, em alguns casos, estratégia de
sobrevivência? A gente vive em uma sociedade que maltrata muito as mulheres,
nossos homens continuam reproduzindo atos perversos, muitas vezes conscientes.
Feminismo deve ser um tema cada vez mais trabalhado em sala de aula, além de
todos outros espaços.
Cheguei na aula do 4º ano B e fui fazer uma atividade bem
divertida de canto e dança, envolvendo trava língua. Primeiramente tentamos, eu
e o professor Gilson, realizar a atividade em círculo, mas as crianças estavam
tão dispersas que Gilson resolveu dispor as cadeiras um em frente a outra.
Primeiramente fizemos a canção que se chama “Deu Cupim No Coqueiro”, depois
aprendemos os gestos. Chamei trios de crianças para fazerem na frente a dança e
cantar. Depois que fizemos com todas as crianças Gilson passou uma atividade
escrita para as crianças trabalharem. Mais uma vez, um menino que já havia
relatado em outra postagem no blog, estava bem agitado, fora do comum, mas hoje
consegui conversar melhor com ele, ele chegou a iniciar a atividade escrita e
participou da dança e canto.
No 5º ano B levei a mesma canção trabalhada no 4º B e
Gilson, ao observar a canção na outra turma, fez reflexões importantíssimas
sobre a parte final do refrão, relacionado a junção da frase “coco comer” com o
trava língua que une três sons de “co”, tornando mais desafiador e rítmico o
trecho e a poesia como um todo. Esse momento me trouce a ideia de usar essa
música, ou outra mais simples, para as crianças fazerem outra letra pra parte A
e depois cantarmos a parte de cada um/a indo pro refrão. Talvez possamos
estimular isso determinando um tema interessante de se colocar, quem sabe até
contar uma história, passar um filme, aproveitando a reflexão do primeiro parágrafo,
falando sobre poder feminino, talvez a lenda de Oxum, ou a história de uma
rainha africana e depois fizermos desenhos que retratem isso e depois a gente
começar a fazer quadras pra música “Mulher Preta”, de minha amiga Natureza
França.
Em outro momento, ainda no 5º ano B, repassei a convenção
que as crianças fizeram com a onomatopeia do “Bom Ca Ju”, dessa vez fazendo um
momento de manutenção do ritmo por uma única pessoa que passa o ritmo para
outra e aí por diante. No final, Gilson determinou que as crianças poderiam
pegar os instrumentos e começar a tocar espontaneamente, quando começaram a
tocar funk eu intervi dividindo os toques de cada instrumento, para não ficar
todas/os tocando a mesma coisa.
No geral foram aulas muito boas. Percebi que muitas das
crianças estão mais empolgadas com as aulas, realizando as atividades,
participando, brincando, buscando um cuidado com as/os colegas, isso é muito
importante para que flua bem. Minha relação com as crianças vem se estreitando
também, de forma a me sentir mais à vontade para conversar com elas, brincar,
dividir brincadeira e trabalho, ter um olhar sensível com todo processo de
educação.
Só tenho que agradecer profundamente à oportunidade que se
abre para nós das licenciaturas de atuar de transformar tão significativamente
a nossa forma de educar, pra melhor, é claro. Percebo que cada dia mais cresce
o meu gosto pela educação e pela atuação na rede pública de ensino.
Axé!
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