CCJC
Bolsista: Ubiratan Junior
Supervisor: Alexandre Santana
Data da aula 11/05
A aula do dia 11/05, foi marcada por um bate-papo bastante enriquecedor sobre a temática da valorização das características afro-brasileiras, o assunto foi abordado para trazer um maior conhecimento com o objetivo de preparar os alunos para o musical, além de ser um assunto recorrente para a vida. A aula foi dividida em duas partes, a primeira começou com uma revisão da atividade de prática de conjunto onde ensinamos a música ‘sereia’ tocada no violão e no ukulele, foi desenvolvida com os alunos além dos novos acordes, a troca das posições dentro do tempo. Particularmente fico contente pelos resultados musicais que tenho visto na instituição, percebo que os alunos têm o compromisso de praticar as músicas em casa o que para mim é um indício de feedback positivo de que as aulas estão sendo atrativas.
O professor Alexandre trouxe um convidado, Luiz, que também é seu amigo para falar sobre as questões sociais e filosóficas da valorização da cultura afro-brasileira, ele é doutorando em filosofia com ênfase em filosofia africana. Foi uma conversa da qual os alunos também falaram das situações preconceituosas que sofrem diariamente, até por parte dos familiares. Luiz trouxe alguns livros de história e poesia sobre o tema e alguns com questões religiosas, que foram distribuídos, lidos e discutidos em sala.
De fato, existe um preconceito muito forte quanto às questões religiosas de matrizes africanas e uma demonização também. Apesar de, a escola ser pública e o estado laico, reconheço a necessidade dessa desconstrução. Porém um fato no final da aula me chamou me fez refletir. Como sempre, o professor termina a aula com alguma música tocada em conjunto e a música escolhida foi - É D'Oxum*, que começa “Nessa cidade todo mundo é d'Oxum”, que se caracteriza como uma afirmação religiosa, e religião parte do princípio de uma escolha e para toda escolha existe uma ou várias exclusões. Um exemplo disso seria que quando eu afirmo que sou espírita logo eu digo que não sou católico ou judeu.
Eu particularmente não gosto de trabalhar em sala canções que trate de qualquer ‘divindade’ religiosa, podendo ser a sala um espaço de diversas crenças/convicções e assim havendo a possibilidade de ferir normas religiosas praticadas pelos alunos. Religião, religiosidade ou a falta delas parte da individualidade de cada um e a escola deve estar atenta apenas para estimular o respeito.
*Oxum ou Oloxum, na religião ioruba, é um orixá que reina sobre a água doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia. Também é um orixá do candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação ijexá.
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