Escola Municipal Parque São Cristóvão
Data: 05 de Junho de 2017
Aluno bolsista: Jonatan Silva de Oliveira
Supervisor bolsista: Gilson Meireles
Turmas: 4º e 5º ano B
No dia 5 de Julho de 2017 fui pra mais um dia de aula na
escola Parque São Cristóvão.
Cheguei na sala do 4ºB e o professor Gilson estava
trabalhando notas musicais com as crianças. A primeira coisa que uma criança
perguntou pra mim foi o nome de um instrumento que Gilson havia levado pra
sala, instrumento esse que ainda nem tinha visto. Assim percebi o instrumento
na mesa do professor e percebi que era uma espécie de teclado, que tinha que
ser conectado com tomadas de eletricidade, mas não era elétrico, que tinha
teclas que saiam as notas, mas não era percutido com martelinhos como o piano,
é que ele tinham um, ou mais, ventiladorzinho interno que proporcionava o ar
para a formação do som, como numa sanfona, ou escaleta. Gilson tirou a
curiosidade das crianças em relação aos instrumentos, trabalhou rapidamente
notas musicais na escala de dó e as notas no teclado do instrumento novo, as
crianças copiaram a posição das notas no teclado e, por grupo, foram tocando
baião/xote no teclado com apoio de instrumentos percussivos.
As crianças gostaram bastante, inclusive teve muita harmonia
na distribuição dos instrumentos entre os/as colegas de cada equipe.
Algo que me chamou a atenção foi um garotinho que é bem
inteligente, adora matemática e não é agressivo estava nesse dia bastante agressivo,
batendo em colegas, xingando, meio que sem muito controle das próprias ações.
Em um determinado momento perguntei pra ele o que estava acontecendo, ele não
respondeu, então fui direto e perguntei se ele estava tendo problemas em casa,
na mesma hora ele abaixou a cabeça e balançou na vertical indicando que sim, assim
pude compreender o comportamento incomum dele. Infelizmente as crianças passam
por questões complicadas na rua, em casa, que refletem no comportamento delas,
são reflexos da nossa sociedade desumana que ainda tortura nossa população
negra que sangra todos os dias e espera por uma paz que não alcança os becos e
vielas das favelas.
Na segunda turma, o 5º ano B, eu fui conduzir a aula com a
parte percussiva. A sala estava bastante abafada. Começamos a aula fazendo uma
roda para fazer a construção da convenção que as crianças criaram com o corpo e
a boca, de forma que possam assimilar melhor cada som e a divisão toques
criando o corpo percussivo. Após esse espaço dinâmico pegamos os instrumentos
disponíveis na escola para trabalhar com as crianças o ritmo e convenção de
fato. Dividimos a turma em dois grupos, onde executaram o ritmo coco e a
convenção. A convenção ainda não ficou sólida, precisaremos trabalhar melhor
isso, mas estão com muito mais facilidade que na última aula.
Como parte do processo, penso em na próxima aula levar
alguma canção pra trabalharmos e já tentar aplicar a percussão com a canção,
buscando um volume médio à piano para que possamos ter mais equilíbrio sonoro.
A turma do q5º ano B vem avançando bastante, até mesmo no
comportamento. Inclusive alguns alunos que eram tidos como os “perturbados da
turma” pelos próprios colegas, hoje estão contribuindo bastante para uma boa
aula, inclusive um menino que costumava ser bem disperso até ajudar a varrer a
sala ajudou. Acredito que isso acontece quando as crianças percebem que o
educador está levando uma proposta humana, um olhar sensível, afetuoso para
elas. Me considero o amiguinho de muitas delas. Fico muito feliz com os
resultados.
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