Data:13/05/2015
Por Caíque Veloso
13 de maio de 1888
Hoje a nossa aula de música começou com a professora
Isabela mostrando um instrumento musical, os educandos já estavam tão
acostumados com o violão e encheram a professora de perguntas sobre o
“vermelhinho”. Quantas cordas tem esse
instrumento? Tem o mesmo som do violão? Não, né? A professora começou a afinar o instrumento e
os alunos ficaram intrigados com o afinador e perguntaram o motivo daquelas
letras que apareciam na telinha do objeto, então, a professora foi direto ao
quadro copiar algumas letras do alfabeto e nos explicou essa relação de letras
e notas musicais que se chama Cifra.
Então, a pró nos apresentou o Ukulêlê e tocou para
nós apreciarmos o seu belíssimo som.
Eu conheço um bichinho chamado cameleão
Com a cabeça diz que sim
Com o rabinho diz que não
Remexe camaleão (3x)
Mas com o rabinho diz que não
Quem já brincou de lá vai a bola? Mas nessa
brincadeira vamos passar a bola cantando as notas musicais como, por exemplo,
se eu sou o sol, você é a lua? Não. Se eu sou o Sol, você é o Lá, mas se eu for
o dó, você será o Ré, e assim por diante.
Passamos a bola numa pulsação e
depois variamos o andamento da atividade, primeiramente, estávamos fazendo
assim: passando a bola para o colega ao lado, e depois a gente escolheu a
pessoa para receber a bola como, por exemplo, eu cantei a nota dó e olhei para
um aluno na roda e passei a bola para ele e o mesmo cantou a nota Ré. Essa atividade foi proposta pela professora
Isabela, no início os alunos tiveram dificuldade de passar a bola na pulsação
estabelecida e também de mirar o colega e passar a bola rolando até chegar às
mãos do mesmo. Depois que eles aprenderam ficou muito mais fácil, pois começaram
a prestar atenção e perceberam que era preciso olhar para o colega no qual iria
receber a bola e repetir o processo anterior cantando a escala de dó subindo e
descendo.
Relembramos duas canções e finalizamos a aula.
Amo minha raça, luto
pela cor
O que quer que eu faça é por nós, por amor
Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço
Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.
O que quer que eu faça é por nós, por amor
Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço
Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.
Racionais M´cs
Chegamos ao 5º ano, hoje conversamos um pouquinho
sobre a vida de um homem que lutou contra a segregação de negros e brancos, aquele
que desde pequeno ouviu da “boca dos mais velhos” os feitos de muitos heróis
negros, aquele que passou 27 anos preso por apenas desejar uma sociedade
igualitária, justa, onde todos vivessem felizes, respeitando as diferenças,
crenças, raças, cultura e etc. O nome desse benemérito homem é Nelson Mandela.
A professora Isabela falou sobre a trajetória desse
grande homem que merece todo esse reconhecimento por aquilo que fez. Aproveitei
o momento em que a professora falava sobre o Apartheid, sobre a abolição da
escravatura e como essa data tem de ser lembrada, para falar também sobre uma
pessoa que também lutou muito pelo seu povo, sofreu racismo, foi atendido
muitas vezes no fundo de lojas de roupa, calçados, muitas vezes teve de ceder o
lugar no momento em que estava sentado no ônibus para pessoas brancas porque,
simplesmente, era considerado uma “pessoa de cor”, e além de tudo isso que
sofreu, ainda foi assassinado, Martin Luther king Jr.
Quando
falamos do dia 13 de maio de 1888, não estamos falando apenas de um dia
especificamente qualquer, mas sim de uma conquista muito grande, a liberdade. Alguns alunos dentro dessa temática de
liberdade trouxeram exemplos de vários filmes que eles assistiram ou de alguns
seriados como, por exemplo, “Todo mundo
odeia o Cris”.
Esse seriado é baseado em fatos reais e revela a
vida de um jovem negro que é judiado o tempo inteiro pela escola onde ele
estudava, pois sofria muitos preconceitos e os outros alunos o chamavam de
“neguinho” ou Lionel Ritche. Esse jovem foi judiado pela própria família,
colegas da comunidade e apanhava todos os dias de um colega branco ao chegar à
escola, e vale ressaltar que esse jovem era o único negro em sua escola. Os educandos participaram efetivamente das discussões
e prestaram muita atenção nas palavras da professora Isabela.
Mas a aula não acabou ainda, porque além de toda
essa discussão riquíssima, apreciamos a canção Tambores de Mina – grupo Mawaca,
é só dá uma olhada no relato do dia 06/05, pois lá eu explico detalhadamente o
que fizemos com essa canção na turma 4º ano na aula passada.
E por falar na turma do 4º ano, hoje também levamos
um pouco da história do Nelson Mandela para os educandos dessa turma e eles são
maravilhosos. Depois de a professora
falar sobre Mandela, Apartheid, 13 de maio, racismo, eu propus uma atividade
que pelo visto deu muito certo. Dividi a sala em dois grupos de três fileiras:
grupo A e B, e apaguei tudo o que a professora copiou no quadro que poderia dar
alguma dica do que ela havia falado, e fiz diversas perguntas para cada grupo
estabelecendo as regras do jogo. Se um integrante do grupo escolhido pelo
próprio grupo e apto para responder errasse a resposta, então, tinha de passar
a vez para o outro grupo só que ainda na mesma pergunta.
A professora Isabela também fez diversas
perguntas e eu dizia o total de pontos das duas equipes. Ao final da
competição, os alunos já estavam vibrando e prestando tanta atenção na
atividade, que eu até me surpreendi com aqueles que estavam desatentos e
inquietos durante a fala da professora. Finalizamos a competição com a última
pergunta feita pela professora, e os alunos todos de olhos arregalados e,
simultaneamente, doidos esperando o recreio e com muita vontade de acertar a
última pergunta. Nesse momento escolhi dois alunos de cada equipe e chamei para
o “Par ou ímpar”. A equipe A pediu par e chegou perto da vitória, pois os
integrantes não souberam responder a pergunta da professora e passaram a vez
para a equipe B, que acertou cantando a canção que aprendemos na aula passada e
foi a ganhadora dessa vez. Vocês precisavam ver a cara da equipe A, acredito
que o maior prêmio dessa competição foi o aprendizado, pois é fundamental
aprender a ganhar e aprender a perder também.
Os educandos dessa turma estão de parabéns, eles são muito
participativos e colaboram para o bom funcionamento da aula e assim todos nós
aprendemos neste lindo processo de ensino-aprendizagem.
Valeu amigos e até o próximo encontro.
Ótimo relato Caique, bem descritivo! E vamos de grão em grão plantando nossas arvorezinhas de som e conhecimento!
ResponderExcluir