quarta-feira, 13 de maio de 2015

13 de maio de 1888

Escola Padre José de Anchieta
Data:13/05/2015
Por Caíque Veloso



13 de maio de 1888

Hoje a nossa aula de música começou com a professora Isabela mostrando um instrumento musical, os educandos já estavam tão acostumados com o violão e encheram a professora de perguntas sobre o “vermelhinho”.  Quantas cordas tem esse instrumento? Tem o mesmo som do violão? Não, né?  A professora começou a afinar o instrumento e os alunos ficaram intrigados com o afinador e perguntaram o motivo daquelas letras que apareciam na telinha do objeto, então, a professora foi direto ao quadro copiar algumas letras do alfabeto e nos explicou essa relação de letras e notas musicais que se chama Cifra.
















Então, a pró nos apresentou o Ukulêlê e tocou para nós apreciarmos o seu belíssimo som.


 Um aluno disse que tinha um som mais agudo, percebi que os alunos estranharam um pouco, mas depois eles adoraram. Quero saber quem ai conhece um bicho que muda de cor, vive na floresta e tem um rabinho? Ah, eu sei professora, é o camaleão. Vocês conhecem a música do camaleão? E a professora até nos ensinou a canção ao som do “vermelhinho” cuja letra era assim:

Eu conheço um bichinho chamado cameleão
Com a cabeça diz que sim
Com o rabinho diz que não
Remexe camaleão (3x)
Mas com o rabinho diz que não






Quem já brincou de lá vai a bola? Mas nessa brincadeira vamos passar a bola cantando as notas musicais como, por exemplo, se eu sou o sol, você é a lua? Não. Se eu sou o Sol, você é o Lá, mas se eu for o dó, você será o Ré, e assim por diante. 


Passamos a bola numa pulsação e depois variamos o andamento da atividade, primeiramente, estávamos fazendo assim: passando a bola para o colega ao lado, e depois a gente escolheu a pessoa para receber a bola como, por exemplo, eu cantei a nota dó e olhei para um aluno na roda e passei a bola para ele e o mesmo cantou a nota Ré.  Essa atividade foi proposta pela professora Isabela, no início os alunos tiveram dificuldade de passar a bola na pulsação estabelecida e também de mirar o colega e passar a bola rolando até chegar às mãos do mesmo. Depois que eles aprenderam ficou muito mais fácil, pois começaram a prestar atenção e perceberam que era preciso olhar para o colega no qual iria receber a bola e repetir o processo anterior cantando a escala de dó subindo e descendo.

Relembramos duas canções e finalizamos a aula.  





Amo minha raça, luto pela cor
O que quer que eu faça é por nós, por amor
Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço
Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.

Racionais M´cs


Chegamos ao 5º ano, hoje conversamos um pouquinho sobre a vida de um homem que lutou contra a segregação de negros e brancos, aquele que desde pequeno ouviu da “boca dos mais velhos” os feitos de muitos heróis negros, aquele que passou 27 anos preso por apenas desejar uma sociedade igualitária, justa, onde todos vivessem felizes, respeitando as diferenças, crenças, raças, cultura e etc. O nome desse benemérito homem é Nelson Mandela.
A professora Isabela falou sobre a trajetória desse grande homem que merece todo esse reconhecimento por aquilo que fez. Aproveitei o momento em que a professora falava sobre o Apartheid, sobre a abolição da escravatura e como essa data tem de ser lembrada, para falar também sobre uma pessoa que também lutou muito pelo seu povo, sofreu racismo, foi atendido muitas vezes no fundo de lojas de roupa, calçados, muitas vezes teve de ceder o lugar no momento em que estava sentado no ônibus para pessoas brancas porque, simplesmente, era considerado uma “pessoa de cor”, e além de tudo isso que sofreu, ainda foi assassinado, Martin Luther king Jr.
 Quando falamos do dia 13 de maio de 1888, não estamos falando apenas de um dia especificamente qualquer, mas sim de uma conquista muito grande, a liberdade.  Alguns alunos dentro dessa temática de liberdade trouxeram exemplos de vários filmes que eles assistiram ou de alguns seriados  como, por exemplo, “Todo mundo odeia o Cris”. 

Esse seriado é baseado em fatos reais e revela a vida de um jovem negro que é judiado o tempo inteiro pela escola onde ele estudava, pois sofria muitos preconceitos e os outros alunos o chamavam de “neguinho” ou Lionel Ritche. Esse jovem foi judiado pela própria família, colegas da comunidade e apanhava todos os dias de um colega branco ao chegar à escola, e vale ressaltar que esse jovem era o único negro em sua escola.  Os educandos participaram efetivamente das discussões e prestaram muita atenção nas palavras da professora Isabela. 

Mas a aula não acabou ainda, porque além de toda essa discussão riquíssima, apreciamos a canção Tambores de Mina – grupo Mawaca, é só dá uma olhada no relato do dia 06/05, pois lá eu explico detalhadamente o que fizemos com essa canção na turma 4º ano na aula passada.  

E por falar na turma do 4º ano, hoje também levamos um pouco da história do Nelson Mandela para os educandos dessa turma e eles são maravilhosos.  Depois de a professora falar sobre Mandela, Apartheid, 13 de maio, racismo, eu propus uma atividade que pelo visto deu muito certo. Dividi a sala em dois grupos de três fileiras: grupo A e B, e apaguei tudo o que a professora copiou no quadro que poderia dar alguma dica do que ela havia falado, e fiz diversas perguntas para cada grupo estabelecendo as regras do jogo. Se um integrante do grupo escolhido pelo próprio grupo e apto para responder errasse a resposta, então, tinha de passar a vez para o outro grupo só que ainda na mesma pergunta.  
A professora Isabela também fez diversas perguntas e eu dizia o total de pontos das duas equipes. Ao final da competição, os alunos já estavam vibrando e prestando tanta atenção na atividade, que eu até me surpreendi com aqueles que estavam desatentos e inquietos durante a fala da professora. Finalizamos a competição com a última pergunta feita pela professora, e os alunos todos de olhos arregalados e, simultaneamente, doidos esperando o recreio e com muita vontade de acertar a última pergunta. Nesse momento escolhi dois alunos de cada equipe e chamei para o “Par ou ímpar”. A equipe A pediu par e chegou perto da vitória, pois os integrantes não souberam responder a pergunta da professora e passaram a vez para a equipe B, que acertou cantando a canção que aprendemos na aula passada e foi a ganhadora dessa vez. Vocês precisavam ver a cara da equipe A, acredito que o maior prêmio dessa competição foi o aprendizado, pois é fundamental aprender a ganhar e aprender a perder também.  Os educandos dessa turma estão de parabéns, eles são muito participativos e colaboram para o bom funcionamento da aula e assim todos nós aprendemos neste lindo processo de ensino-aprendizagem.

Valeu amigos e até o próximo encontro.


Um comentário:

  1. Ótimo relato Caique, bem descritivo! E vamos de grão em grão plantando nossas arvorezinhas de som e conhecimento!

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