Escola Padre José
Anchieta
Data: 14/05/2015
Por: Síndney Borges de Oliveira
Entendendo
que a arte (música) proporciona momentos de educação com lazer, desenvolvimento
intelectual e um poder natural de socializar, eu, Xavier e a Prof.ª Isabela, dentro
dessa linha de pensamento estamos sempre propondo que os alunos expressem suas
potencialidades musicais com liberdade e criatividade. Percebo que essa
liberdade dada é expressa de forma muito natural por uns e quase que limitada
por outros. Na minha vivência com a prática docente nasce em mim a vontade de
trabalhar a questão do “estímulo”. Sempre! A falta de interesse de certa forma me incomoda. Como trabalhar o
estímulo? Isso é muito pessoal. Quando abraço um aluno e o convido a participar
de uma atividade em sala de aula e tenho como resposta um certo distanciamento e repulsa, sinto que há
algo contido ali dentro que precisa ser expresso. Não é uma timidez, um
acanhamento por si só. Certo dia um aluno me abraçou e disse estar sentindo
saudades do pai que morava com outra família em Feira de Santana. Parecia triste
e desmotivado. São situações muito particulares que passam a fazer parte do universo
escolar, trazendo um pouco do ambiente do lar para escola. Penso que o
professor não pode ignorar essas observações mesmo sabendo que não cabe a nós analisar
questões psicológicas. Confesso que hoje sair das salas de aula com uma
sensação de satisfação. As atividades propostas resultaram em participação, concentração
e autonomia mesmo sem a participação de alguns.
Quando penso nas escolas públicas quase
sempre não reflito os aspectos positivos. Analiso sempre a realidade dessas
crianças como um futuro não muito promissor. Percebo que minha visão negativa pode me tornar impotente,
desestimulado. Um professor precisa se dirigir as salas de aula acreditando no
seu poder transformador, sem o qual ele não será capaz de oferecer
oportunidades de crescimento pessoal, intelectual e social. Se eu como
professor não acreditar nessa força transformadora, vou estar na sala de aula
apenas interpretando um papel e não vivendo-o de fato. Ensinar acaba por se
tornar uma tortura. Quando digo essas palavras não me refiro a uma classe especificamente,
mas a um corpo educacional que engloba a escola, a família e a comunidade. É
importante uma participação ativa de todos os envolvidos.
Minha consciência enquanto
professor de música é de que a capacidade de colaboração na formação do
indivíduo está em mim e não na música em si. Dizer que a arte/música transforma
é atribuir um poder desmerecido. Na minha visão, eu tenho o poder de usar a
música para transformar e não o contrário. A maneira como vou utilizá-la é que pode fazer toda a diferença. Hoje as turmas estavam bem mais
centradas e participativas. Um sorriso no rosto, um abraço, um carinho já torna
o início da aula agradável. Estimular a concentração, a respiração, à atenção leva-os
à consciência dos sentidos das coisas, que por trás de uma simples “brincadeira” está o
conhecimento sobre algo.
· Música das notas no
corpo – Trabalhamos a melodia, a associação das notas com a anatomia humana e a
relação com o tempo;
·
Música do Camaleão –
Trabalhamos a melodia, rítmo, intensidade, coreografia;
· História do macaco
musicalmente contada – Trabalhamos a atenção, concentração e relaxamento.
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