domingo, 7 de abril de 2019

A escola é lugar de respeito

Escola Municipal Parque São Cristóvão Professor João Fernandes da Cunha
Data: 26/03/2019
Professor/Supervisor: Gilson Meireles
Bolsista: Adriane Campos de Almeida
Turma: 1ª ano (A) , 4°ano (A )


A escola é lugar de respeito



Chegamos à escola e o professor havia acabado de encontrar as crianças. A rotina estava no quadro: Arrumar a sala, atenção a chamada e correção da atividade realizada na aula anterior. 
Depois da sala arrumada, Gil fez a chamada e colocou as questões no quadro. Enquanto isso, Celi saiu para pegar alguns materiais no carro do professormas logo voltou pois o acesso a garagem estava fechado. Como as coisas estavam tranquilas na sala, nós duas saímos para procurar um outro acesso, mas ambos os portões estavam fechados.  Então, fomos atrás do segurança, e enquanto passava pelo pátio notei imagens do filme pantera negra coladas nas paredes, junto com trabalhos de pintura e colagem feito pelas crianças, que retratavam a forma do cabelo crespo. Esse é um grande diferencial dessa escola, a forma como as questões raciais são tratadas, sentimos o orgulho de ser negro por todo o espaço, trazendo referências positivas para as crianças.  

Ainda no pátio, fomos abordadas por um aluno que pediu para tirar fotos nossas para um trabalho da escola, onde os estudantes tinham que fotografar mulheres negras desse espaço. Eu e Celi pousamos para a foto, depois disso, como havia demorado um pouco mais do que imaginávamos, eu voltei para a sala e Celi seguiu pegando as coisas no carro, junto com o segurança. 

Voltei a sala para auxiliar o professor Gil na correção e logo Celi chegou, mas durante o momento de correção da atividade, houve uma confusão com dois alunos, normalmente o professor usa um esquema de advertência na aula, onde quem bagunça tem seu nome colocado no quadro, depois que o nome recebe 3 traços esse aluno fica sem recreio durante o resto da semana. Porém, quando o assunto é agressão, normalmente o professor conversa com os envolvidos e depois leva para a direção, pois a mesma precisa ser notificada dessas situações, e foi o que aconteceu. 

Enquanto o professor saiu para resolver esse assunto, eu e Celi começamos a atividade com as crianças. Levamos um reggae que compomos na aula de metodologia, com a intenção de provocar sobre aspectos que deveriam se fazer presente na escola, como respeito e inovação. Então, fizemos um momento de apreciação onde tocamos e cantamos a música. Pedimos para que as crianças ouvissem, e depois nos dissessem do que se tratava a letra. 

E durante a chuva de palavras que surgiu no quadro, tivemos: escola, respeito, direitos, politica, educação, inovação. Conversamos, sobre a mensagem que foi trazida na canção, e tiramos algumas dúvidas em relação ao conceito de certas palavras, como: Inovação e Gueto. 

Logo após a discussão, ensinamos a música trecho por trecho e cantamos todos juntos. Com a letra e a melodia na ponta da língua, passamos a batida característica do bumbo do reggae, para ser feita com as palmas, depois passamos os copos e o mesmo deveria ser feito com eles. 

Fizemos um parêntese revisando as propriedades do som, para falar sobre a intensidade, depois de relembrar, combinamos um sinal referente ao som forte e ao fraco. Fomo cantando, enquanto eu tocava o violãoCeli conduzia os sinais de intensidade, e todos cantando e tocando os copos.   
No meio da atividade, o professor Mauricio entrou na sala trazendo um aluno estava direção e conversou com a turma, pois uma grande parte da mesma tem frequentado a sala dele por motivos nada agradáveis. Terminada a conversa, voltamos para a atividade e logo a aula terminou, arrumamos as coisas e fomos para a sala do primeiro ano.  

Chegando ao 1º ano, as crianças estavam pintando. Enquanto o professor Gil anotava a rotina no quadro, eu e Celi fomos arrumando a sala, juntamente as crianças, para termos espaço para a roda. Gil foi tocando a flauta e chamando as crianças para uma fila atrás dele, assim depois de todos na fila é só virar para frente e tem uma roda. 

Para a nossa surpresa, Ian passou por baixo das pernas de Gil, por causa do autismo ele ainda está se acostumando e entendo o que é estar na escola, acredito que ter uma rotina ajude, ele tem se sentido cada vez mais à vontade para participarCeli, conhece ele a mais tempo e ficou mexida com isso, sentimos que estamos indo no caminho certo. 

Depois da roda formada, todos sentamos no chão e passamos o conceito de afinação, explicamos e passamos a canção que já havia sido ensinada em aulas anteriores, amanhecer de Rubinho do vale e Claudia Duarte. Ainda durante o momento da roda, Adria, entrou e começou a participar, ela se empolga interage e depois volta para o canto dela. Cantamos a uma das canções de chegada: “Bom dia, como vai você?” de Thelma Chan, normalmente a adaptamos para o turno em que a aula está acontecendo. Nessa canção são usadas palmas. 
 Além disso, o professor Gil ensinou uma canção nova para a turma, Ciganinha, um samba, eles aprenderam e ficamos de pé para ir andando no pulso da música ainda em formato de roda. Depois, voltamos a nos sentar e entregamos os copos, tínhamos que bater os copos no chão, no pulso, todos juntos, sem correr, e quando fosse dita a frase, “descansa copo”, colocava-se o copo na cabeça, e assim fomos brincando com o pulso. Quando estava muita bagunça, falávamos descansa copo. 

Chegou a hora do lanche, arrumamos a sala, e todas as crianças organizaram suas coisas e ficaram nas carteiras aguardando. Comeram e começaram a esperar seus pais, fui conversando com alguns deles, nesse momento virei e vi duas crianças fazendo queixa a Celi. Uma coisa que acontece muito no 1° ano é a demora para arrumar a sala e brigas entre os alunos. Eles estão sempre se provocando e fazendo queixas dos colegas. Então, fiquei ouvindo a conversa que Celi estava tendo com as crianças, um menino e uma menina, ele: Pró ela me beliscou, ela: Pró, e ele me bateu, Celi olhou para os dois e disse: sua dor passou quando bateu nela? E a sua passou quando beliscou ele? Os dois ficaram sem reação, tentaram falar, mas nada justificava e eles perceberam isso e voltaram para o lugar. E logo a aula acabou oficialmente.   

Observação:  
Gil, sempre nos dá carona para uma estação de metrô mais próxima, e nisso vamos conversando, chegamos à conclusão de que demoramos muito no momento da arrumação da sala do 1° ano, pois eles estão focados na atividade que foi vista anteriormente, e decidimos tentar já chegar  cantando e tocando na sala, para que eles sintam que a aula de música começou. 

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