22 de Julho de 2015
Jonatan Silva de Oliveira
Na aula de hoje o professor Marcos fez um trabalho de
percepção musical com as crianças. Eu fui na quarta-feira, dia da semana que
não é normalmente eu quem vou, e acompanhei a bolsista Tayane. A dinâmica das
turmas estava diferente dos dias anteriores, agora teríamos na quarta-feira somente
duas turmas, os 5º e 4º anos e na segunda-feira teríamos as outras duas turmas,
os 3º e 1º anos e o Grupo 5 (G5).
Para a aula de percepção utilizamos um rádio tocando um CD
que tocava uma música com diversos instrumentos musicais que entravam e saiam,
e o canto contava uma história de um palhaço e uma bailarina. As crianças
ouviram a música algumas vezes e em seguida eu e Tayane distribuímos folhas de
papel em branco e lápis para que as crianças desenhassem os instrumentos que
elas ouviam e identificavam na música.
Foi incrível ver as crianças desenhando a diversidade
instrumental da música e indo além dos instrumentos, desenhando as/os
personagens da história. A criatividade rolou solta, ocorreram muitos desenhos
bem enfeitados, outros mais simples e todos muitos lindos e bem feitos. Um
desafio dessa atividade foi as crianças que não queriam desenhar alegando não
desenhar bem ou não saber desenhar. A minha ação em cima desse desafio foi
deixa-las em um primeiro momento à vontade para que observassem as outras
crianças fazendo, e aos poucos eu fui individualmente conversando com cada uma
delas, perguntando o porquê de não desenharem, tentando incentiva-las falando da
diversidade de cada um/a, da importância dessa diversidade, cheguei a mostrar o
meu desenho que estava bem simples e falei que aquele era meu, não importava o
que as/os outras/os achassem, aquele é o meu jeito de desenhar e isso é belo,
porque é meu. Essa crianças que conversei acabaram tendo um desempenho no
desenho muito bom, elas parece que ganharam uma força e começaram a desenhar
muito, ficaram muito mais criativas nas formas, eu elogiei bastante e fiquei
muito feliz em perceber que a atenção, o dialogo, o olhar é uma das melhores
formas de se trabalhar na educação.
No final as crianças deram os seus desenhos para mim, Tayane
ou o professor Marcos com o nome assinado e foram embora bem contentes..
Nessa aula eu pude conversar bastante com as crianças,
acabei até descobrindo uma briga que estava acontecendo entre algumas das
meninas da turma do 4º ano, foi legal elas me contando o porque da briga e eu
falando que aquilo não levava à nada. Tive algumas conversas com um garoto que
fica brincando muito, percebo que ele tem um desempenho muito bom, porém ele se
dispersa excessivamente e dispersa também as/os colegas de sala. Tem outro
garoto, que eu havia conversado bastante em uma última aula, por ele não querer
participar das atividades e que nessa aula estava fazendo bem as suas
atividades, o que me deixou bem animado. Nessa aula também aconteceu de uma
menina que eu relatei há duas postagens atrás dizendo não gostar do que vem do
negro, pedir para que eu tocasse novamente a música de pagode baiano Eu Sou
Negão da Banda Fantasmão, o que me deixou muito alegre sabendo a letra forte
dessa música para o povo negro, o povo que vive nas periferias de Salvador.
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