PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
Coordenação: Flavia Candusso
Escola Municipal Metodista Susana Wesley
Salvador, 22 de agosto de 2018, quarta-feira
Turno: Noturno - EJA
Bolsista: Ivis Lois Rodrigues Oliveira
Professor/Supervisor: Luís Gustavo Fidelis
Para iniciar as aulas de música neste dia, foi solicitado previamente a utilização da sala de Arte, n’outro andar. Após o momento de recepção com música a voz e violão, executada pelo professor, suas orientações democráticas fizeram do diálogo a passagem necessária para estabelecer o acordo, com a maioria dos estudantes, em transferirmos-nos daquela sala para a dita 'surpresa' já organizada no andar superior. Espaço este que transformara a aula, pelo simples fato de já não ser uma aula convencional. A participação não fora obrigatória. Poucos preferiram não ir por limitações físicas ou por ser semana de prova de geografia - em que decidiram este estudo priorizar. Percebo que compreender outros motivos além dos seus, enquanto professor, fortalece a relação com o aluno, podendo despertar o desejo de não deixar de participar nas próximas aulas e suas eventualidades. Ter uma postura contrária nos faz correr o risco de perdê-los e, infelizmente, a desistência é muito comum na Educação de Jovens e Adultos. Um acontecimento que está longe do querer da escola.
Já havíamos distribuído os dois kits de tubos sonoros pelo chão antes mesmo de dar início a aula, fazer a chamada e conduzir os estudantes para o andar de cima, em que o cenário estava organizado. Cada tubo sonoro equivale a uma nota musical, começando a partir da nota Dó. Como são 7 notas musicais e uma 8ª, como repetição da nota Dó na escala, tínhamos então dois tubos para cada nota, totalizando 16 tubos. Imaginemos o chão, de piso quadrado, como se fosse um tabuleiro contendo casas. Sendo que, como todo tabuleiro, ele se divide em dois campos, neste caso com 8 tubos em cada campo, distribuído de forma não-sequencial e espelhada em relação ao outro campo. Neste jogo, as peças são dois voluntários para cada time que precisam trabalhar em dupla com a finalidade de pôr em prática seus conhecimentos em Cifras e Altura dos Som. As duplas podem se mover para qualquer casa imediata, apenas não podendo saltar, ou seja, pular duas de vez na mesma direção. Eles têm a finalidade de recolher os tubos na mesma sequência que a escala musical, começando a partir de Dó, sendo então C, D, E, F, G, A, B, C. Dois instrumentos musicais foram distribuídos para outros voluntários. Estes foram responsáveis por produzir os sons graves e agudos. Cada equipe teve dois membros e cada um foi movido pelos sons grave e agudo. Os membros da esquerda de cada equipe são movidos pelo agudo e os membros da direita de cada equipe são movidos pelo grave. Ou seja, dois adversários se movimentam simultaneamente, sendo que, como são 8 notas por grupo, cada um da dupla só pôde carregar em mãos até 4 tubos, dividindo a cooperatividade com o outro.
Foi gratificante ter a cooperação de pessoas tão diferentes naquela aula. Obter suas participações é difícil e as estagiárias tendem a ser ‘as cobaias’ na primeira rodada. Percebo também que os argumentos do professor têm de ser otimistas e cuidadosos com o outro no ato de convidá-los a participar da aula. Como toda conquista neste desenvolvimento, ainda houve quem agredisse um dos rapazes que é um estudante especial. Alguns mais adiantados precisam ser levados a compreender, urgentemente, que seu tempo não é igual ao do outro e que a participação precisa ser valorizada. O acontecimento ocorreu durante o momento em que o professor precisou sair da sala, e foi nosso papel contornar a situação e convencer o estudante agredido da importância de confiar em si, participar e ignorar, muitas vezes, os que não acreditam em nós. A atitude do colega que agrediu demonstra a relevância da conscientização da inclusão social e tolerância. É algo que fica para se amadurecer sobre como trabalhar esses valores em ambos os lados.
Olhar nos olhos propiciou um fagulhar, no que diz respeito a interação e a iniciativa de fazer parte de uma aula em que podemos estar conectados, uns aos outros, como naquele momento em círculo. Evidenciou ‘aquele incômodo’ pela falta de costume em não estar-se diante de nucas, em cadeiras enfileiradas, da mesma maneira em que este costume-conceito têm retratado o quadro do ensino e aprendizagem engessados neste País. Contudo, persistir investindo e trazendo novas propostas de ensino, como esta através da brincadeira, que geram a inovação da aprendizagem e a socialização, presente no cotidiano, além de prepará-los para os desafios da vida e para o mercado de trabalho. Faz-se notável a riqueza que é trocar, a todo instante, com o mundo de cada pessoa na escola, para que se possa aumentar o desejo de se deixar na escola, um pouco mais de cada mundo.
Olhar nos olhos propiciou um fagulhar, no que diz respeito a interação e a iniciativa de fazer parte de uma aula em que podemos estar conectados, uns aos outros, como naquele momento em círculo. Evidenciou ‘aquele incômodo’ pela falta de costume em não estar-se diante de nucas, em cadeiras enfileiradas, da mesma maneira em que este costume-conceito têm retratado o quadro do ensino e aprendizagem engessados neste País. Contudo, persistir investindo e trazendo novas propostas de ensino, como esta através da brincadeira, que geram a inovação da aprendizagem e a socialização, presente no cotidiano, além de prepará-los para os desafios da vida e para o mercado de trabalho. Faz-se notável a riqueza que é trocar, a todo instante, com o mundo de cada pessoa na escola, para que se possa aumentar o desejo de se deixar na escola, um pouco mais de cada mundo.
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